quarta-feira, 17 de junho de 2009

A importância da educação política




Assim como o Brasil ainda negligencia instrução básica, média e superior à maioria de seus jovens, também lhes nega educação política. O resultado é o preconceito e a baixa taxa de participação registrada entre os cidadãos localizados na faixa etária entre 16 e 18 anos.

Dados divulgados pelo TSE mostram que o número de eleitores com 16 e 17 anos diminuiu 20% em 2008, quando comparado a 2004. Essa redução é possível porque, nessa idade, o voto é facultativo.

A possibilidade de escolher participar ou não da vida política torna essa parcela da população a mais sensível da sociedade, servindo como um termômetro da saúde da política brasileira: se o número de eleitores aumenta, é sinal de que as pessoas estão estimuladas a dar sua contribuição. Se esse contingente diminui, é provável que exista sentimento de descrédito e desconfiança em relação à capacidade efetiva do voto de mudar a realidade.

Portanto, parte da culpa dessa redução pode ser atribuída aos escândalos éticos que dão exemplos negativos a respeito do que a política é e do que ela pode fazer pelo País. No entanto, é necessário observar outro problema na relação entre o jovem e a política, qual seja a ausência de um processo de educação e socialização política.

Assim como o jovem deve ser submetido ao sistema educacional para poder assimilar conhecimento e inserir-se de forma autônoma na sociedade, ele também deve receber ensinamento sobre o sistema político de sua comunidade para pode exercer com maturidade a sua cidadania.

Votar, ser candidato, cobrar e participar não são habilidades naturais, devem ser cultivadas por meio do ensino. A cidadania é, antes de tudo, um processo pelo qual o indivíduo aprende a se comportar de uma maneira produtiva e respeitosa em relação ao outro.

Tenho certeza de que a educação política fortalecerá as convicções éticas dos jovens, assim como providenciará novas gerações de eleitores mais conscientes e líderes mais preparados, gerando ganho para toda a sociedade.

Tereza Gobbi