Cenário político ainda é controlado por homens
Pesquisa realizada pelo professor José Eustáquio Diniz Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (Ence), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que é na política, o setor em que a mulher está mais atrasada no Brasil, em termos de igualdade de gênero em relação ao homem. As "Mulheres Sem Espaço no Poder" foram tema da palestra que José Eustáquio proferiu ontem no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no Rio.
As mulheres já alcançaram e até mesmo ultrapassaram os homens em alguns campos da sociedade, como a saúde, onde apresentam uma expectativa de vida maior do que os representantes do sexo masculino. Na área da educação, a presença feminina é maior nas universidades. As mulheres acumulam ainda maior tempo médio de estudo do que os homens.
No esporte, o resultado das últimas Olimpíadas reflete as conquistas crescentes das mulheres nesse campo, até então dominado pelos homens. Das três medalhas de ouro do Brasil, duas foram conquistadas por mulheres. Mesmo no mercado de trabalho, embora ainda persistam algumas desigualdades, muitas mulheres já encostaram nos homens mais bem sucedidos, em algumas profissões.
A pesquisa mostra que, apesar de totalizar 65 milhões de mulheres com títulos de eleitor em 2006, o que representou 51,5% do total, o cenário político nacional ainda é controlado por homens.
José Eustáquio revelou que o Brasil ocupa atualmente o 142º lugar no ranking mundial de participação feminina na política, perdendo, inclusive, para o Iraque e o Afeganistão e também para Angola e Moçambique, países de língua portuguesa na África.
Na América do Sul, o Brasil ocupa o final da fila, perdendo somente para o Haiti e a Guatemala, enfatizou Eustáquio.
"É incompatível com a situação da mulher em outros setores da sociedade", disse o professor à Agência Brasil.
O estudo identifica que as mulheres são eleitas com mais facilidade em cidades pequenas do que nas grandes metrópoles.
"Isso tem a ver com o próprio sistema eleitoral brasileiro".
Ele explicou que, nas cidades menores, há menos partidos e um número inferior de candidatos disputando as eleições.
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